Em um transbordamento do que até então se dava de modo digital, Floresta Cidade ganha a rua do Rio de Janeiro. Lugares-chave, linhas sem as quais o grande tecido desse projeto perde sua costura. A parceria prática com a Gamboa e a chegada do grupo ao Morro da Providência e à Favela da Maré demonstram a necessidade de praticar um fazer urbano transformado pelas mãos de quem não aceita mais as condições do antropo-capitalo-ceno. O território se transforma com calma, sem perder a urgência e a sede da mudança, mas revelando suas camadas de tempos outros, mostrando as possibilidades de tempos próximos e entendendo-se em tempos de agora. O desafio colocado é de fato praticar parcerias que não reproduzam as lógicas habituais de projetar espaços: repensar métodos de projeto não apenas participativos mas também sensíveis; entender a matéria da construção como cíclica e viva ou como Terra; tocar em questões espirituais sem que isto aparente ser algo negativo ou delirante são alguns dos nossos desafios. São estímulos de fazer projetos e (des)construções com os habitantes, humanos ou não, que corriqueiramente não são escutados por escaparem às lógicas centrais.