A Coletiva Resistência Lésbica da Maré convidou a Floresta Cidade para elaborar o projeto de reforma do primeiro abrigo do Brasil para mulheres lésbicas de favela em situação de violência. Trata-se da reforma de dois pavimentos e da implantação de uma cobertura na Vila do Pinheiro no Complexo de Favelas da Maré no Rio de Janeiro. Um trabalho construído por mulheres para mulheres em lógicas distintas das habituais. A partir do método de projeto participativo e afetivo da Terceira Margem, que foi desenvolvido outrora pela coordenadora do Floresta Cidade, foi possível fazer do projeto já um processo de acolhimento e cuidado. A arquitetura aqui não se separa das práticas que pensam um outro modo de habitar. Trata-se de processos de pertencimento, dados pela recuperação de vínculos afetivos e não uma prestação de serviço supostamente técnica ou neutra. Fazer floresta cidade é pertencer a um território com o que for possível fazendo sentir a nossa íntima interdependência com a vida não humana.